terça-feira, 17 de agosto de 2010

DESASTRE ECOLÓGICO de 2000 RJ

O óleo despejado pela Petrobras ameaça a última região preservada da Baía de Guanabara: o manguezal de 14 mil hectares que forma a Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim.
‘‘Estou preocupado. Acredito que o óleo possa alcançar o manguezal. Torço para que, se isso ocorrer, ele já chegue diluído’’, disse o diretor da APA, Radamés Marzullo, que calculou em cerca de três quilômetros a distância entre a mancha e o mangue. Se atingir a APA, o óleo causará mortandade entre as espécies marinhas, aves, répteis e mamíferos que habitam a região, prevê o diretor da Apa. A riqueza da fauna local, as áreas alagadas e os canais e rios que cortam extensas regiões de vegetação nativa valeram ao manguezal o apelido de ‘‘pantanal fluminense’.
A área é habitada por peixes como robalos e tainhas, siris, caranguejos, camarões e até jacarés-de-papo-amarelo, pois o mangue recebe a água doce dos rios vindos da região serrana.
Especialistas catalogaram na APA 167 espécies de aves, que também poderão ser atingidas pelo desastre ecológico. A grande maioria das aves se alimenta de animais marinhos. Mamíferos como capivaras e preás também vivem na região.
DESASTRE ECOLÓGICO
Óleo polui 40 km da Baía da Guanabara
Vazamento, causado por rompimento de duto da Reduc, foi de 800 mil litros de óleo e a Petrobras será multada em apenas R$ 94 mil
Agência Estado
Pescadores empurram seu barco em meio ao óleo que atingiu a Baía da Guanabara após o rompimento de um duto da refinaria Duque de Caxias. O óleo atingiu manguezais, praias e ameaça a reserva de Guapimirim, onde vivem espécies em extinção
AMEAÇA
Pescadores empurram seu barco em meio ao óleo que atingiu a Baía da Guanabara após o rompimento de um duto da refinaria Duque de Caxias. O óleo atingiu manguezais, praias e ameaça a reserva de Guapimirim, onde vivem espécies em extinção
Agência Estado
Do Rio
Pelo menos 800 toneladas de óleo vazaram de um duto da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na madrugada de anteontem, e se espalharam por 40 quilômetros quadrados na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Foi o segundo pior acidente em águas fluminenses, segundo o Secretário Estadual de Meio Ambiente, André Correia. O óleo atingiu manguezais, praias e ameaça a reserva de Guapimirim, onde vivem espécies em extinção. Mesmo assim a Petrobras será multada em apenas R$ 94 mil por danos ambientais. ‘‘É uma multa ridícula, mas é o que a legislação me permite’’, reconheceu o secretário.
O duto, de 13 quilômetros, que liga a Reduc ao terminal de abastecimento de navios na Ilha D’Água, se rompeu a dois quilômetros da refinaria. A falha foi verificada pelo medidor de pressão. A Petrobras informou que vazaram 500 mil litros de óleo combustível, mas a Fundação Estadual de Engenharia de Meio Ambiente (Feema) estima que o derrame chegue a um milhão de litros.
Segundo dados da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa, ocorreram 12 vazamentos em oleodutos da Reduc nos últimos três anos - seis deles no terminal da Ilha D’Água. A Petrobras foi multada pelos acidentes, mas o secretário André Correia e o presidente da Feema, Axel Grael, não souberam informar se as multas foram pagas. O mais grave ocorreu em 1975: o navio iraniano Tarik, fretado pela Petrobras, derramou seis mil toneladas de óleo bruto no mar.
Três barcos e 360 homens trabalham na coleta do óleo. Desta vez a mancha se concentrou na Ilha de Paquetá e nas praias de Anil, Olaria e Mauá. A maré vazante e o vento sudoeste, provocado pela frente fria que chegou ontem ao Estado, empurraram a mancha de óleo para os manguezais - área de reprodução de peixes e crustáceos. Os danos ao meio ambiente não serão mais graves porque o óleo não decanta, disse Grael.
Além das multas, aplicadas pela Feema e pelo Instituto Estadual de Floresta, o secretário André Correia exigiu que a empresa contate uma auditoria ambiental independente para mapear todas as áreas de risco da Reduc, que há quatro anos opera sem licença do governo estadual.
COMO OCORREU
Um duto que leva óleo da Refinaria Duque de Caxias (Reduc) para a Ilha D’Água se rompeu. O vazamento de óleo durou cerca de 30 minutos, segundo a Petrobrás. Por causa da maré e dos ventos, o óleo vazado se concentrou no fundo da baía
Vazaram 500 mil litros, segundo a Petrobras (A Secretaria de Meio Ambiente do Rio de Janeiro afirma que entre 800 mil e 1 milhão de litros foram derramados).
O tamanho da mancha é de 45 quilômetros quadrados (3 quilômetros de largura por 15 quilômetros de comprimento).
Este é o pior vazamento de óleo no local desde 1975, quando um petroleiro grego derramou 5.800 toneladas na baía.
A multa pelo desastre é de R$ 47 mil (Em maio do ano passado, a Petrobras pagou R$ 85 mil pelo derramamento de cinco mil litros de óleo em São Sebastião).
O óleo pode atingir o APA, um manguezal de 14 mil hectares, reservatório de várias espécies marinhas e aves, única área de preservação ambiental na baía de Guanabara.
Os cerca de 600 pescadores que moram na região receberão da Petrobras apenas o reembolso do prejuízo material (com barcos, redes e equipamentos). O lucro cessante, equivalente ao dinheiro que deixarão de receber por terem de ficar 60 dias sem trabalhar, não vai ser ressarcido pela empresa.
A Petrobras vai deslocar 300 homens para a retirada do óleo. Os trabalhos devem durar 30 dias. Serão utilizados equipamentos como lanchas, rodos, travesseiros absorventes, etc.
(fonte de dados: http://www.sefloral.com.br/)

Um comentário:

Anônimo disse...

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